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sábado, 12 de dezembro de 2015

Travessia Serra do Tabuleiro SC - JUL/2015 - (São Bonifácio - SC / Caldas da Imperatriz - SC)

Travessia Serra do Tabuleiro SC - JUL/2015 -  (São Bonifácio - SC / Caldas da Imperatriz - SC)

Introdução


Essa trilha foi feita por 4 amigos que estudam juntos na Universidade de São Paulo (USP), sendo Diego Alvarez - graduando em Ciências da Computação pelo IME, Leonardo dos Santos - Graduando em Ciências Humanas pela FFLCH, Renato Gamba - Graduando em Oceanografia pelo IO e Victor Honda - Graduando em Letras pela FFLCH. Essa foi nossa primeira travessia juntos e nela fundamos a Equipe Romoaldo de Treking e Montanhismo. Foi feita entre os dias 20 e 24 de julho, em pleno inverno do hemisfério sul com temperaturas abaixo de 10o C e muita chuva.



Este relato tem como intuito ajudar aventureiros interessados em completar essa travessia, que pra nós foi uma experiência única e incrível. Também tem a intenção de relatar nossas experiências que foram intensas e emocionantes.



Agradecemos especialmente a Rafael Santiago, um grande montanhista que nos auxiliou e que é o autor do tracklog que nos guiou nesta travessia.



Apresentaremos para cada dia, o relato com os locais bem referenciados, os dados técnicos que foram obtidos por GPS, uma nota com recomendações para trechos importantes e as fotos correspondentes ao dia. 



No final do relato estará o planejamento que contém todos os gastos, informações de transporte e cronogramas. 





Links:



>>>>>>>Fotos no Picasa: https://goo.gl/photos/J4ecCEamzDJe66gz7<<<<<<<










Link do Relato escrito pelo incrível montanhista Rafael Santiago que nos inspirou:http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br/2013/05/travessia-do-parque-estadual-da-serra.html#comment-form





Dados Técnicos Gerais Da Travessia:



Pontos TRKLG: 4415

Início Caminhada: 20/07-14:40h

Término Caminhada: 24/07-11:22

Distância Percorrida: 31.3Km
Duração do trecho: 3d 20:43h
Tempo em Movimento: 10:48h
Tempo parado: 3d 9:55h
Velocidade média no trecho: 2.9km/h
Altitude (inic/final): 445m/158m
Subida: 1896m
Descida: 2192m







1° Dia (20/07/15) - Saída de São Paulo à Início da trilha à Acampamento Aguado


Saímos do bairro do Butantã na Zona Oeste por volta das 4:00 hrs, e fomos em direção ao aeroporto de Congonhas em São Paulo. Como o Diego conseguiu comprar as passagens de São Paulo para Florianópolis por apenas 100 reais por cabeça, decidimos aproveitar essa promoção e ir e voltar de avião. Pegamos o vôo das 6:50 hrs e chegamos por volta das 9:00 hrs em Florianópolis.






>> Victor, Renato, Diego e Leonardo (Da esq. p/ dir.)


Quando saímos do aeroporto, uma série de taxistas nos abordaram para oferecer transporte, mas o ponto de ônibus fica logo na saída, no final da calçada. Pegar o ônibus para o centro foi muito fácil e seguro, o aeroporto é uma espécie de ponto final então pegamos ele bem vazio (os dados do ônibus encontram-se no planejamento). Chegamos ao centro em mais ou menos meia hora, compramos os cartuchos de gás (que são proibidos em aviões) em uma loja de pesca e camping que fica no calçadão do centro, qualquer coisa que precise ser comprada antes da trilha pode ser adquirida no calçadão, que tem lojas de todas as variedade inclusive supermercados, basta procurar. Após andar um pouco pela cidade, esperamos o ônibus para São Bonifácio (detalhes no planejamento) no Terminal Cidade de Florianópolis na plataforma 5 do terminal da Praça 15 de Floripa. É importante lembrar que NÃO É A RODOVIÁRIA! O ônibus saiu às 12:15 rumo à São Bonifácio.


O trecho de ônibus é uma atração à parte, o interior de Santa Catarina é muito lindo e cheio de paisagens estonteantes. O ônibus fez uma parada em um posto onde é possível visualizar uma das faces do Pico do Tabuleiro, como mencionado no relato do Rafael (link no planejamento). Descrevemos ao motorista o seguinte: “ vamos descer na estrada, em um ponto que fica de frente pra um mata-burro, próximo ao sítio do Sr. Gilson onde tem uma placa da trilha do pico do tabuleiro, 4 km do centro de São Bonifácio e antes do Pesque e Pague Dori”, e ele disse conhecer o lugar. Ficamos de olho no GPS e quase que o motorista passou o ponto, mas conseguimos desembarcar no nosso destino. Descemos do ônibus às 15:00 hrs, nos equipamos, atravessamos a rodovia e começamos o nosso trekking!

Estava bem frio e um pouco nublado, mas assim que começamos a andar esquentou bastante, fato recorrente por toda a trilha. Andamos por 4,5 km até chegar no “sítio do Sr. Gilson” (Ponto no TrackLog), onde encontramos uma família sentada do lado de fora da casa. Nos apresentamos e pedimos permissão para entrar, agradecemos e continuamos (o pessoal da casa não parecia estar muito à vontade em conversar). Logo após seguir por uma trilha que parte dos fundos do terreno da casa, demos início ao percurso de mata fechada. O relógio marcava 16:00 hrs e tínhamos poucas horas de sol. Decidimos por caminhar até a área em que o Rafael havia feito seu “Acampamento 1” (Ponto no TrackLog) em sua travessia, acreditando que lá seria uma clareira e, portanto, um bom lugar para acampar (andamos 1,2 km até o local). Quando chegamos no ponto não havia nenhuma área aberta e, para ajudar, começou a garoar. Já eram 17:00 hrs e começamos a abrir desesperadamente uma clareira pois o céu começava a ficar escuro e a chuva apertada. Não recomendamos acampar neste local pois é muito apertado e o solo muito úmido, mas mesmo assim forramos o chão com folhas de bananeira e de samambaia.


>>>> Uma das dezenas de travessias do Rio Moll

Por fim conseguimos abrir uma clareira em que coubesse as duas barracas, pois ali era o único local relativamente plano e seguramente distante do rio para acamparmos. A chuva apertou demais! A noite se resumiu em uma chuva intensa, trovoadas e um barulho muito forte vindo do rio. Conseguimos cozinhar uma janta rápida, comer e dormir no tempo que restou até o dia seguinte.


Nota dia 1: Recomendamos apertar o passo e acampar no ponto intitulado “Apiário” (ponto do TrackLog) e planejar o tempo para montar o acampamento na luz do dia. No local onde acampamos o rio pode encher muito com a chuva e o terreno é muito húmido e repleto de raízes pontiagudas que podem danificar as barracas.


Dados Técnicos 1° Dia:
Pontos TRKLG: 01 – 606
Início Caminhada: 14:40 hrs
Término Caminhada: 17:00 hrs
Distância Percorrida: 5.5 Km
Duração do trecho: 2:12H
Tempo em Movimento: 1:26H
Tempo parado: 0:46H
Velocidade média no trecho: 2.49Km/h
Altitude (inic/final): 455m/677m
Subida: 257m
Descida: 35m




2° Dia (21/07/15) - Início da Trilha à Pastos Encharcados de Altitude à Acampamento Nublado


Acordamos por volta das 5:00 hrs sem nenhum sinal de luz do dia. A chuva estava bem fraca, mas o barulho do rio continuava alto. Desmontamos o acampamento e começamos caminhada no primeiro sinal de claridade.

>>>> Desmontando Acampamento dia 2


>>>> Na trilha fechada e ainda com chuva

Como relata Rafael Santiago em sua travessia, atravessamos diversas vezes o rio Moll (mais de 15 vezes), sendo que em algumas partes andamos praticamente dentro dele, subindo o curso do rio. Algumas partes deste trecho não têm trilha bem demarcada, porém, caminha-se dentro de um vale bem apertado onde o importante é manter subindo o rio e seguindo o contra-curso, evitando ir em direção as laterais. Subimos o rio, passamos por uma porteira abandonada e chegamos em um pasto bem aberto. Foi o primeiro trecho aberto desde o sitio Gilson, o que nos deu uma grande sensação de alívio. Nessa clareira há alguns apiários abandonados e um bom espaço sem mata. Chegamos a conclusão que deveríamos ter acampado aqui no dia anterior, ao invés de no meio do mato. No lado mais baixo está o rio Moll e é uma ótima oportunidade de abastecer a água, aqui foi nosso primeiro ponto de abastecimento (“Agua 1” – TrackLog).


>>>> 1° Clareira depois do sítio Gilson, melhor acampar aqui



>>>> Finalmente Subindo


Após a clareira, cruzamos o rio Moll mais algumas vezes e então começamos a subir (“Início da Subida” – TrackLog). Subimos aproximadamente uns 300 metros até uns campos encharcados, a vegetação rasteira e esponjosa acumula muita água, o que mantém os pés o tempo todo molhados. A paisagem agora era composta de montanhas e áreas descobertas.


>>>> A trilha da subida


>>>> A vegetação quem molha os pés

Armamos acampamento em um campo onde bem no meio havia um “mini vale” com um riacho, ótimo lugar pra abastecer a água (“Água 3” - TrackLog). Como o terreno é cheio de morros formados por acúmulo de vegetação, tivemos um grande trabalho abrindo um espaço para armar as barracas - desenvolvemos uma técnica de montar as barracas bem coladas uma na outra para podermos cozinhar sem sair da barraca e servir as duas duplas - armamos elas bem próximas à mata no lugar mais plano possível (“Acampamento 2” - TrackLog) e em um lugar abrigado do vento. Era possível deduzir que ali ventava muito, pois todo o mato era tombado na direção do corredor de vento, isso foi crucial para a escolha do local de acampamento.


>>>> Acampamento 2

A temperatura baixou muito com o pôr-do-sol e uma neblina intensa matou toda a visibilidade da paisagem que poderíamos ter. A umidade era muito alta, não conseguimos acender fogueira e as roupas não secavam de jeito nenhum. Felizmente levamos um mini-fogareiro, gás enlatado (para preparar a janta e o café da manhã) e um lampião a gás (para podermos enxergar alguma coisa na escuridão). Essa foi uma noite gelada (Acreditamos que menos de 10 graus Célsius).



Nota dia 2: Nos deparamos com muitos vara-mato, onde os facões trabalharam muito, e se demonstraram indispensáveis para essa travessia. A trilha que consta na carta topográfica hora segue o tracklog do gps, hora não existe mais, o que deixa quase impossível qualquer transposição de mata 100% visual, recomendamos atenção no GPS nesses trechos.

Dados Técnicos 2° Dia:

Pontos TRKLG: 607 - 1904
Início Caminhada: 6:52h
Término Caminhada: 11:59h
Distância Percorrida: 4.9 Km
Duração do trecho: 5:06h
Tempo em Movimento: 1:56h
Tempo parado: 3:10h
Velocidade média no trecho: 2.5 Km/h
Altitude (inic/final): 669m/1151m
Subida: 521m
Descida: 38m




3° Dia (22/07/15) - Pastos encharcados de altitude → Banho! → Vale lindo e inóspito

A segunda noite foi muito tranquila e logo pela manhã já fomos agraciados com um pouco de sol, a temperatura não aumentou muito, mas mesmo com as mãos e os pés congelando partimos para a caminhada bem tarde nesse dia (por volta das 9:00 hrs). Saindo do acampamento logo veio uma subida curta mas intensa, que nos levou ao nosso primeiro pico (1212m), onde dava-se, finalmente, para ter uma boa visão da região. Um pouco mais à frente tínhamos um mirante onde foi possível ver Florianópolis e era o ponto mais alto de toda a travessia(1270m)! Vale a pena caminhar até lá.



>>>> Altitude máxima que atingimos durante o trajeto - 1270m


>>>> Victor admirando a paisagem

Com banho tomado e barriga cheia continuamos a caminhada. Subimos e descemos pequenos morros a fim de prestigiar a paisagem, que estava linda e bem visível pois não havia mais neblina e o céu estava aberto. A temperatura era baixa, mas a caminhada, além de aquecer o nosso corpo revelava vistas cada vez mais deslumbrantes.

Por volta das 14:00 hrs começamos a descer em direção a um vale campestre, onde cruzamos uma cerca caída e bem velha (“porteira caída” - TrackLog), e depois começaram as regiões de mata fechada (“Mata 8” – TrackLog). Muitos trechos, por conta da densidade da vegetação, só eram possíveis atravessar com a ajuda de facão. Abrir caminho pela mata fechada tornava a caminhada muito mais cansativa e demorada, fora que a mata não era só fechada como também toda desnivelada, com descidas e subidas bem íngremes.


>>>> Descendo o Rio dos Porcos

Depois de algumas horas de caminhada, começamos a nos preocupar com o local do acampamento, era difícil achar um lugar onde o chão não fosse encharcado e fosse plano, caminhamos até umas 16:10 hrs quando finalmente encontramos o lugar perfeito (“Acampamento 3” – TrackLog)! Rapidamente armamos as barracas e fizemos uma fogueira com a madeira que coletamos durante a caminhada e com alguns galhos semi-secos que haviam por ali. 


>>>> Acampamento 2 

Essa noite foi linda, o céu aberto nos dava uma visão que quem vive em cidade grande raramente tem. Não estava tão frio pois estávamos em uma altitude bem menor do que a da noite anterior (952 metros) e o vento era mais fraco devido ao relevo. Cozinhamos, jantamos tranquilamente e dormimos bem para enfrentar o que estava por vir no dia seguinte.


Nota dia 3: Nos trechos de mata densa (indicados em sua maioria no TrackLog), há muitos bambuzais. Quando se corta o bambu, além de ser preciso muita força na batida com o facão, as farpas dos galhos já cortados acabarão machucando a mão nas próximas batidas. Recomendamos o uso de luva na mão que empunha o facão.


Dados Técnicos 3° Dia:

Pontos TRKLG: 1410 - 2526
Início Caminhada: 8:53hrs
Término Caminhada: 16:17
Distância Percorrida: 8.3Km
Duração do trecho: 7:23h
Tempo em Movimento: 2:43h
Tempo parado: 4:40h
Velocidade média no trecho: 3.07Km/h
Altitude (inic/final): 1091m/950m
Subida: 413m
Descida: 554m 




4° Dia (24/07/15) - Montanhas e Neblina → Desce Forte → Subida do Pico do Tabuleiro
Acordamos um pouco mais tarde nesse dia, o que foi ótimo aliado a uma boa noite de sono. O dia já não estava tão ensolarado como o dia anterior, o céu estava bem nublado e ameaçava chover. Partimos as 07:30 hrs e já fomos em direção a uma cachoeira que ficava do lado do nosso acampamento para reabastecer (“Água 5” – TrackLog). As mochilas estavam ficando relativamente mais leves com o passar do tempo, já que aos poucos íamos consumindo os mantimentos, mas o principal que sentíamos era o peso da água. Cada um levava consigo 2 litros de água mais o peso de mantimentos que foi dividido igualmente (calculado pra cada um). Quando esvaziávamos as garrafas sentíamos um alívio nas costas e isso fazia muita diferença, ai reabastecíamos e o peso voltava.


>>>> Neblina

Depois da cachoeira, passamos uns 30 minutos subindo um morro, em um trecho muito difícil de transpor, onde foi preciso parar várias vezes, passar primeiro as malas e depois puxarmos uns aos outros para atravessarmos as partes mais íngremes do morro. Conforme íamos subindo, o tempo ia fechando. Quando passamos o trecho de subida, parecíamos estar dentro de uma nuvem, uma neblina densa e muita garoa nos pegou de vez. Não conseguíamos ver nada além de branco nos pontos em que estavam marcados como mirantes no GPS (estimamos no máximo uns 20 metros de visibilidade no local).


>>>> Subida cega / Navegação por instrumentos


>>>> Pausa para um almoço



Os vara-matos desse dia foram os mais intensos, sabíamos pelo GPS que estávamos na crista dos morros e que do nosso lado haviam desfiladeiros de mais de 400 metros de altura, porém, com a neblina e os trechos de mata densa visualmente não tínhamos nem ideia disso. Outra coisa que deixou esse trecho mais extremo foi a presença, cada vez mais frequente, de uma pequena planta em forma de várias espadas que cortam muito as canelas. Tropeçar nesse lugar fica cada vez menos vantajoso, nossas mãos ficaram todas cortadas.



>>>> Paisagem???

Logo antes de chegar ao pico do tabuleiro, a trilha enfrenta uma descida (“Descida Íngreme” – TrackLog) muito 
íngreme (o Rafael chamou esse trecho de “desce forte”, e com razão!). Sofremos muito com a descida que segue em mata muito fechada e a chuva deixava tudo mais escorregadio. O ponto de água 7(“Água 7” – TrackLog) é o último antes do pico do tabuleiro, portanto para quem pretende acampar no pico é um reabastecimento indispensável. Logo após esse ponto, subimos uma das nossas maiores declividades (100 metros de altitude em 200m de deslocamento) e enfim chegamos ao Pico do Tabuleiro (1250 m) debaixo de muita chuva e vento forte.

No pico praticamente a cada meio metro havia uma poça d’água, o terreno estava todo encharcado e não conseguíamos encontrar um lugar para acampar. Depois de alguma procura montamos as barracas na encosta de um pequeno morro, a chuva nos assolou durante toda a montagem do acampamento e o vento tornava tudo mais frio. Demoramos um tempo para se secar e organizar tudo, jantamos e fomos dormir. A noite foi muito fria, acreditamos que a temperatura atingiu menos de 5 graus e não parou de chover nem sequer um instante.


Nota dia 4: A descida demarcada como “descida íngreme” no TrackLog é realmente muito íngreme e seu decesso deve ser feito com muita cautela pois está repleto das plantas cortantes. Recomendamos manter as canelas cobertas e evitar quedas neste trecho, uma transposição lenta é imprescindível para manter a segurança nesse trecho. Acampar no pico pode ser perigoso, pois é aberto (perigo de raios) e venta muito, é preciso escolher bem o local de acampamento.


Dados Técnicos 4° Dia: 

Pontos TRKLG: 2527 - 3696
Início Caminhada: 7:06hrs
Término Caminhada: 15:12h
Distância Percorrida: 6.6Km
Duração do trecho: 8:05h
Tempo em Movimento: 2:37h
Tempo parado: 5:27h
Velocidade média no trecho: 2.52Km
Altitude (inic/final): 945m/1242m
Subida: 658m
Descida: 361m

5° Dia (24/07/15)- Manhã no Pico -->Descida Insana --> Fim do Trekking

Acordamos todos juntos, sem despertador, às 4:00 hrs. Dormimos muito mal durante a noite, e o fato de estarmos molhados agravou o frio. O vento fazia muito barulho e a chuva não parou por um instante. Desmontamos acampamento o mais rápido possível e partimos seguindo a trilha bem demarcada, que é a mais usada para se chegar ao pico.


>>>> Simplesmente Extremo!!!

O trecho final do trekking não teve muitas surpresas. Após deixarmos o pico, descemos intermináveis 1249 metros de altitude em apenas 5,9 km. Os bambuzais foram infernais nesse trecho, fazendo com que gastássemos muito tempo nos desenroscando.

Depois de 4 horas descendo chegamos a uma casinha de madeira (“Casinha de Madeira” - TrackLog), que da em uma estrada de terra cheia de eucaliptos (“Eucaliptos” - TrackLog), mais a frente chega-se em uma rua de asfalto onde tivemos que passar por baixo de uma cerca elétrica (muito cuidado para não ser eletrocutado) então chegamos na estrada. Tomamos um café na Apuama Rafiting, uma agência de turismo de aventura, onde conhecemos uns guias de turismo muito legais que nos acolheram e deram uma carona até o centro de Caldas da Imperatriz, onde pegamos o ônibus de volta para Florianópolis. Demos sorte com a carona, mas mesmo assim há um ônibus que vai até o centro na rua onde termina o trekking, como indicado no planejamento.


Nota dia 5: A descida é bem forte e pode tranquilamente ser feita em uma única manhã. A trilha é usada pelas agências de turismo para levar turistas até o pico e eles sobem e descem em um dia. Recomendamos, se acampar no pico, um café da manhã reforçado e uma descida de um vez só, com algumas paradas para descanso é claro. Proteger o rosto durante a descida também é muito importante, pois há muitos galhos na altura dos olhos na trilha.

Dados Técnicos do 5° Dia: 

Pontos TRKLG: 3697 – 4415
Início Caminhada: 06:49h
Término Caminhada: 11:22h
Distância Percorrida: 5.9Km
Duração do trecho: 4:32h
Tempo em Movimento: 2:04h
Tempo parado: 2:27h
Velocidade média no trecho: 2.82 Km/h
Altitude (inic/final): 1234m/158m
Subida: 60m
Descida: 1135m

Trajeto Percorrido



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PLANEJAMENTO – TRECKING SERRA DO TABULEIRO

Duração total: 5 dias (20/07 a 24/07)
Tempo em trilha: ~ 80 horas (1.272 m de Subida)
Acampamentos: 3
Todos os dados de georefenciamento usados nessa trilha podem ser encontrados em:
O relato usado como guia está em:

1° Dia 20/07 - Saída de São Paulo + Início da trilha

·         Vôo São Paulo – Florianópolis

§  JJ 3317 - Operado por TAM LINHAS AEREAS

o   Saída aeroporto de Congonhas: 06:50 hrs

o   Chegada aeroporto Florianópolis: 07:57 hrs

·         Ônibus Aeroporto à Rodoviária

o   Ônibus convencional

Empresa: Insular Transportes Coletivos.
Linha: 183 - Corredor Sudoeste.
Ponto Final: Terminal de Integração do Centro (Ticen).
Tarifa: R$ 3,10 em dinheiro
08:40M 09:10M 09:46* 10:27D* 11:12* 12:04D* 12:35* 13:15D*

Empresa: Insular Transportes Coletivos.
Linha: 186 - Corredor Sudoeste Semidireto.
Ponto Final: Terminal de Integração do Centro (Ticen).
Tarifa: R$ 3,10 em dinheiro
08:18M / 08:29M / 08:50M / 09:00M / 09:19* / 09:34* / 09:54* / 10:15* 10:35* / 10:55D* / 11:04* / 11:19* / 11:34D* / 11:56* / 12:17* / 12:42*

Empresa: Insular Transportes Coletivos.
Linha: 461 - Tapera - Via Túnel.
Ponto Final: Terminal de Integração do Centro (Ticen).
Tarifa: R$ 2,80 em dinheiro ou R$ 2,20 com cartão passe rápido.

·         Comprar cartuchos de gás TekGás Nautika na Central pesca e camping: Mercado Público Municipal - Box 68, Rua Jerônimo Coelho, 60 - Centro - Florianópolis – SC

·         Pegar o ônibus para São Bonifácio no Terminal Cidade de Florianopolis da empresa TCL – Trans Capivari LTDA plataforma 5 do terminal da Praça 15 de Floripa .

o   Horários:   12:15 ou 17:55 (Se tudo der certo, pegaremos o das 12:15

·         Solicitar ao motorista para descer na estrada, sítio do Gilson e Inês Hawerroth, a 4 km antes do centro de são Bonifácio. Antes do pesque e pague Dori.

o   Tem como referência uma placa marrom que indica os atrativos da localidade para onde eu me dirigia: Rio Moll, Recanto das Pedras e Travessia da Serra do Tabuleiro.  Está escancarada ali numa placa de turismo à margem da rodovia,

·         No ponto de ônibus, andar 4,3 km até a fazenda do Sr Gilson (Já dentro do TrackLog de Rafael Santiago)

·         Procurar uma clareira para armar acampamento e pousar a 1° Noite.


2° Dia 21/07 – Trilha

·         Começar a trilha cedo!

·         Atravessar 16 vezes o Rio-Moll

·         Subida Topo do morro das Pedras

·         Mirante de Floripa

·         Acampamento no mirante

3°Dia 22/07 – Trilha

·         Mirante de Floripa ao Minicânion (Águas que vão para o vale do Rio Vargem do Braço)

4°Dia 22/07 – Trilha + Caldas da Imperatriz + Floripa

·         Descida mergulhando em direção a rodovia

·         Casebre Sítio Orgânico Montanha do Tabuleiro

·         Tomar à esquerda a rua concretada (que se assemelha a uma rua particular) e descer até a rua principal, onde há um portal de concreto com o número 2479 e um ponto de ônibus de cada lado.

·         Do outro lado da rua, tomar o circular Floripa-Caldas da Imperatriz – Viação imperatriz

o   05:10 / 06:00 / 07:40 / 10:25 / 13:30 / 15:15 / 15:45 / 17:20 / 18:45 / 21:15

·         Chegando em florianopolis temos as seguintes opções para dormir:
o   Floripa Hostel – Unidade Centro - Rua Duarte Schutel, 227
Centro, Florianópolis – SC, 88015-640
Tel. (48) 3225-3781 / 3225-4515 - Não Sócio: R$ 55,00
Suba a rua Pe. Roma, ao lado do posto de gasolina em frente a rodoviária e vire à esquerda no terceiro cruzamento. Caminhe 100 metros até a rótula e entre na rua do Hostel.


5° Dia 25/07 – Volta para São Paulo

·         Pegar o ônibus no TICEN – Terminal urbano para o aeroporto. Sair às 12:00 hrs (3 horas antes do Vôo)
o   Corredor Sudoeste – 183 – Sábado: Saída TICEN - Plataforma B lado 2 - 11:15 / 12:00 / 12:45 / 13:15 / 14:10 / 14:30
o   Corredor Sudoeste Semidireto – 186 Sábado - Saída TICEN - Plataforma B lado 2 - 11:00 / 11:30 / 11:45 / 12:15 / 12:30 / 13:00 / 13:30 / 13:45 / 14:50

·         Vôo Florianópolis – São Paulo:

§  JJ 4794 - Operado por TAM LINHAS AEREAS

o   Saída 15:13


o   Chegada em São Paulo:  16:25




2 comentários:

  1. Muito bom, Renato!

    Como primeira travessia vocês escolheram uma que não é nada fácil. E ainda tiveram que enfrentar a chuva e as baixas temperaturas! Parabéns pela garra e união do grupo.

    Agradeço muito as referências e as palavras, que sempre servem como mais um incentivo para continuar escrevendo os relatos e tentar sempre melhorar nesse ofício.

    Imagino como vocês me xingaram quando chegaram ao ponto do primeiro "acampamento" e encontraram só mata fechada e chão encharcado... kkkkk... devem ter tido a certeza de que o negócio ia ser radical mesmo! Aquela mata é bem densa e o local que eu encontrei aberto deve ter fechado em dois tempos.

    Parabéns mais uma vez. Espero que o grupo se mantenha unido para novas aventuras e produzindo novos relatos para nós.

    Abraço!!!

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  2. Sensacional, Renato! Parabéns pelo relato, tá muito completo. As imagens enriqueceram bastante o conteúdo.

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